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SOBRE MIM

Anokha: a arte de ser única

Era uma tarde qualquer na adolescência, mas uma daquelas que mudam tudo. Curiosa e apaixonada por sons do mundo, deixava-se levar por batidas que desafiavam fronteiras. Foi então que um amigo lhe emprestou um CD de capa vibrante: “Anokha – The Asian Underground”, de Talvin Singh.

Ao ouvir a primeira faixa, sentiu-se transportada. Era como se as suas raízes e sonhos colidissem num mesmo espaço sonoro – uma fusão de tradição e futuro. Nesse momento, uma palavra ficou gravada na sua alma: Anokha.

Sem saber o que significava, mas sentindo que a definia, tomou-a como seu nome artístico. Anos depois, um “pen mate” da Índia revelou-lhe o seu significado: raro, diferente, único. O que tinha começado como um instinto, revelava-se agora um espelho da sua essência.

A ligação com a música vinha de longe. Filha de um baixista talentoso, cresceu entre ensaios, palcos e melodias. O som do baixo do pai era a banda sonora da sua infância – e também um padrão silencioso de excelência. Cada produção de dança que cria, com atenção ao detalhe, é uma homenagem a ele. Um gesto de amor e de continuidade.

Mas Anokha não se limita à dança. A sua sensibilidade artística levou-a também à fotografia, especialmente à de maternidade. O seu projeto, Imago Materna, capta a beleza serena e poderosa da gravidez – o início de outras histórias, de outros mundos.

Ser Anokha é isto: celebrar a diferença, honrar o legado e criar arte que toca e transforma.

O Percurso Artístico e a Transformação da Dança Oriental

Dos palcos de Lisboa às vibrações de Londres, Anokha foi moldando a sua identidade artística com cada passo.

A sua dança não conhece fronteiras. Em Portugal e no Reino Unido, desbravou palcos com uma energia vibrante, criando laços que uniram ritmos globais e experiências únicas. Entre essas colaborações, destacam-se momentos marcantes com os aclamados Gypsy Hill e Atma, onde a fusão entre som e movimento criou verdadeiras celebrações culturais em palco.

Mas foi na parceria com a Companhia de Dança Diana Rego que o seu universo expandiu ainda mais. Mergulhada na fusão das danças do mundo, Anokha encontrou ali um espaço fértil para aprofundar a sua expressão artística e enriquecer o seu vocabulário criativo. Cada espetáculo tornou-se um lugar de encontro entre culturas, histórias e emoções.

A sua dança é mais do que técnica — é um reflexo de vivências, encontros e da coragem de se reinventar em cada passo.

Educação e Reconhecimento Internacional

Londres foi mais do que uma cidade – foi um portal.

Durante o tempo que viveu na capital britânica, Anokha não só aprofundou os seus conhecimentos académicos, obtendo uma licenciatura em Gestão de Eventos, Música e Media pela London Metropolitan University, como mergulhou numa jornada de autoconhecimento e expansão espiritual.

Foi durante as suas vivências em Londres uma das suas obras mais marcantes: a coreografia "Celebração do Sagrado Feminino". Este projeto, que viria a ser elogiado pelo The Guardian como “uma surpreendente amostra avant-garde de dança oriental”, nasceu de uma pesquisa profunda sobre as raízes espirituais da dança do ventre.

Inspirada pelas tradições do norte de África e de culturas matriarcais antigas, Anokha redescobriu a dança como rito de passagem, como prática sagrada para preparar o corpo feminino para o parto. Longe do entretenimento moderno, estas danças eram gestos ritualísticos de conexão com o divino feminino, em tempos em que as mulheres eram sacerdotisas e guardiãs do ciclo da vida.

Para Anokha, esta obra representou muito mais do que uma atuação: foi um ato de reconexão com a essência ancestral da dança e uma homenagem às mulheres que, em silêncio, mantiveram viva a sabedoria do corpo.

Colaborações Marcantes e Criações Artísticas de Dança Oriental

Colaborar é criar em conjunto – e para Anokha, esse gesto é sagrado.

Ao longo do seu percurso, Anokha procurou constantemente cruzar caminhos com outros criadores, elevando tanto o seu trabalho como o dos que a rodeiam. Uma dessas parcerias memoráveis foi com o artista canadiano Adham Shaikh, produtor de world ambient fusion. Juntos, deram vida para o lançamento do álbum “Basswalla” com  vídeo homónimo, onde Anokha – aqui referida pelo seu nome real, Rita Coxe – brilhou como coreógrafa, bailarina e produtora. Esta colaboração transcontinental revelou uma sinergia rara entre som e movimento, tradição e inovação.

Mas o seu impacto não ficou por aí.

Em Lisboa, criou um espaço para a celebração da diversidade cultural através da dança. O Hafla Tarab, evento que co-fundou e produziu, tornou-se um marco na cena artística portuguesa de dança oriental, de fusão e de outras danças do mundo. Durante 16 edições, este encontro reuniu amadores e profissionais num palco vibrante, onde a dança oriental, a Fusion Belly Dance (anteriormente conhecida como Fusão Tribal) e outras danças do mundo se fundiam num espetáculo de partilha e empoderamento.

Mais do que uma artista, Anokha afirmou-se como visionária cultural – alguém que não só dança, mas que constrói pontes, celebra origens e imagina futuros.

Visão Artística e Exploração da Dança de Fusão Oriental

No corpo de Anokha dança o tempo, a terra e o futuro.

O seu estilo é uma tapeçaria viva, tecida com as cores da Dança Oriental clássica e folclórica, entrelaçada com os ritmos da Fusion Belly Dance, da dança indiana Odissi e com ecos eletrónicos que vibram no presente. Cada passo é uma ponte entre culturas; cada gesto, uma invocação das raízes e uma reinvenção.

Anokha dança para mostrar que a fusão é possível – e necessária. Que a tradição não se opõe à inovação, mas antes a alimenta. O seu trabalho, profundamente experimental, bebe da música eletrónica para re-imaginar a dança do ventre como uma linguagem contemporânea, aberta, viva.

Mais do que coreografias, as suas criações são experiências sensoriais: paisagens onde o corpo conta histórias de mulheres, rituais antigos, paisagens sonoras e visões de um mundo onde a arte dissolve fronteiras.

Neste encontro entre o ancestral e o digital, entre o íntimo e o universal, nasce a arte de Anokha: uma dança que não apenas se vê – sente-se.

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